Corpus
Christi (Corpo de Deus)
Comemoração litúrgica -
Quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade
A festa de Corpus Christi tem por objetivo celebrar
solenemente o mistério da Eucaristia - o Sacramento do Corpo e do Sangue de
Jesus Cristo.
Acontece sempre em uma quinta-feira, em alusão à Quinta-feira Santa, quando se
deu a instituição deste sacramento. Durante a última ceia de Jesus com seus
apóstolos, Ele mandou que celebrassem Sua lembrança comendo o pão e bebendo o
vinho que se transformariam em seu Corpo e Sangue.
"O que come a minha carne e bebe o meu sangue, tem a
vida eterna e, eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne é
verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeiramente bebida. O que come a
minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. O que come deste
pão viverá eternamente" (Jo 6, 55 - 59).
Através da Eucaristia, Jesus nos mostra que está presente ao
nosso lado, e se faz alimento para nos dar força para continuar. Jesus nos
comunica seu amor e se entrega por nós.
A Igreja celebra Corpus Christi (Corpo
de Deus) como festa de contemplação, adoração e exaltação, onde os fiéis se
unem em torno de sua herança mais preciosa deixada por Cristo, o Sacramento da
sua própria presença.
A solenidade do Corpo de Deus remonta o
século XII, quando foi instituída pelo
Papa Urbano IV em 1264, através da bula “Transiturus”, que prescreveu esta
solenidade para toda a Igreja Universal.
A origem da festa deu-se por um fato
extraordinário ocorrido ao ano de 1247, na Diocese de Liége – Bélgica. Santa
Juliana de Cornillon, uma monja agostiniana, teve consecutivas visões de um
astro semelhante à lua, totalmente brilhante, porém com uma incisão escura. O
próprio Jesus Cristo a ela revelou que a lua significava a Igreja,
a sua claridade as festas e, a mancha, sinal da ausência de uma data dedicada ao
Corpo de Cristo. Santa Juliana levou o caso ao bispo local que, em 1258, acabou
instituindo a festa em
sua Diocese.
O fato, na época, havia sido levado
também ao conhecimento do bispo Jacques de Pantaleón que, quase duas
décadas mais tarde, viria a ser
eleito Papa (Urbano IV), ou seja, ele
próprio viria a estender a solenidade a
toda a Igreja Universal. O fator, que deflagrou a decisão do Papa, e que viria como
que a confirmar a antiga visão de Santa
Juliana, deu-se por um grande milagre ocorrido no segundo ano de seu
pontificado: O milagre eucarístico de Bolsena, no Lácio, onde um sacerdote
tcheco, Padre Pietro de Praga, colocando dúvidas na presença real de Cristo na
Eucaristia durante a celebração da santa Missa, viu brotar sangue da hóstia
consagrada. (Semelhante ao milagre de Lanciano, ocorrido no início do Século
VIII). O fato foi levado ao Papa Urbano IV, que encarregou o bispo de Orvietro
a levar-lhe as alfaias
litúrgicas embebidas com o Sangue
de Cristo. Instituída para toda a Igreja, desde então, a data foi marcada por
concentrações, procissões e outras práticas religiosas, de acordo com o modo de
ser e de viver de cada país, de cada localidade.
No Brasil, a festa foi instituída em 1961. A tradição de
enfeitar as ruas com tapetes ornamentados originou-se em Ouro Preto, Minas
Gerais e a prática foi adotada em diversas dioceses do território nacional. A
celebração de Corpus Christi consta da Santa Missa, da procissão e da adoração
do Santíssimo. Lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da
Terra Prometida. No Antigo Testamento, esse povo foi alimentado com o maná no
deserto e hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo. Durante a
missa, o celebrante consagra duas hóstias, sendo uma consumida e a outra
apresentada aos fiéis para adoração, como sinal da presença de Cristo vivo no
coração de sua Igreja.
Reflexões
Os católicos tem plena convicção da
presença real de Cristo na Eucaristia. Jesus está verdadeiramente presente, de
dia e de noite, em todos os Sacrários do mundo inteiro. Contudo, nos parece que
esta certeza já não reside com tanta intensidade no coração do homem moderno. O
maior Tesouro que existe sobre a terra, "que possui o valor do próprio
Deus", a Eucaristia, Cristo a deixou para os homens... de
graça! Se mesmo na condição de pecadores, assombramo-nos com o
descaso a tão valioso Sacramento, impossível assimilar o sentimento de Deus
ante a indiferença dos homens com a Eucaristia. Ao
contrário do que se imagina, a Igreja está mais preocupada em pregar e
difundir a Sã Doutrina, do que com o número de ovelhas em seu aprisco. A Igreja
não trabalha baseada em dados estatísticos, mas com a difusão do
Evangelho. Nesse sentido, lembremos que houve debandada geral da turba
quando Jesus revelou publicamente: "Minha carne é verdadeiramente
comida e meu Sangue, verdadeiramente bebida". Ao ouvir isto, o
povo escandalizado deu as costas à Jesus; todos evadiram-se, restando
apenas doze. Jesus não deu maiores explicações, nem correu atrás da multidão
desolada, pelo contrário, simplesmente perguntou aos doze: "Quereis
vós também retirar-vos?". No que São Pedro respondeu: "A
quem iríamos nós, Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna"
(Cf. Jo 6, 52 - 68). Portanto, é absolutamente claro que:
"Jesus não depende das multidões, as multidões é que dependem d'Ele",
assim como "A Igreja de Cristo não depende dos fiéis, os fiéis é que
dependem dela para chegarem a Cristo" (Livro Oriente). Ao
aproximarmo-nos do Santo Sacrário, tenhamos a confiança de dizer "Meu
Senhor e meu Deus", certos de que Ele está ali, Vivo, Real e Verdadeiro
a ouvir nossas preces e a contemplar nossa fé. E esta
fé, é uma formidável bem-aventurança que recebemos de Jesus, por
intermédio das dúvidas levantadas por São Tomé, a quem o Mestre disse: "Creste,
porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!"
(Jo 21, 29)
FOME DO PÃO DE DEUS
“O pão
de Deus é o que desce do céu
para dar a vida ao mundo. Disseram-Lhe eles:
Senhor, dá-nos sempre desse pão” (Jo 6, 33-34)
A
EUCARISTIA E A COMUNHÃO ECLESIAL
“Uma
vez que existe um só pão, nós, que somos muitos,
formamos um só corpo,
visto participarmos todos desse único pão” (1 Cor 10,17)
A EUCARISTIA, DOM DE
DEUS AO SEU POVO
“Mistério da fé”
O MISTÉRIO PASCAL E A
EUCARISTIA
“Sempre que comerdes
este pão e beberdes este cálice,
anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha” (1 Cor 11, 26).
CELEBRAR A EUCARISTIA DO
SENHOR
“E eu estou sempre
convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 20)
ADORAR O MISTÉRIO DO
SENHOR
“Adorai Cristo Senhor em
vossos corações,
prontos sempre a responder a quem quer que seja,
sobre a razão da esperança que há em vós” (1 Pe 3, 15)
A ESPIRITUALIDADE
EUCARÍSTICA
“Permanecei em Mim, e Eu
permanecerei em vós.
Como a vara não pode dar fruto por si mesma,
se não permanecer na cepa, assim vós também não,
se não permanecerdes em Mim” (Jo 15, 4)